Dom Bosco em meio aos jovens |
2. Embora seja incerto o lugar e incerta a hora de tua morte, é, porém muito certo que a morte há de vir. Quero esperar que a última hora de tua vida não venha repentinamente ou de modo violento, mas aos. poucos e precedida de uma doença comum. Mas há de chegar um dia no qual, estendido numa cama, estarás prestes a passar à eternidade assistido por um sacerdote que encomendará tua alma, tendo um crucifixo ao lado, uma vela acesa do outro e em derredor os parentes que choram. Terás a cabeça dolorida, os olhos embaçados, a língua ressequida, a garganta presa, a respiração ofegante, o sangue a arrefecer, o corpo exausto, o coração oprimido. E assim que a alma expirar, o teu corpo vestido de poucos andrajos será lançado a apodrecer em uma cova. Aí os ratos e os vermes roerão todas as tuas carnes e de ti restarão apenas alguns ossos descarnados e um pouco de pó repugnante. Abre um sepulcro e vê a que ficou reduzido aquele jovem rico, aquele ambicioso, aquele soberbo. Lê com atenção estas linhas, meu filho, e lembra-te que elas se aplicam também a ti, igualmente como a todos os demais homens. Agora o demônio, para induzir-te a pecar, procura arrancar-te deste pensamento e levar-te a excusar as tuas culpas dizendo-te não ser enfim tão grande mal aquele prazer, aquela desobediência, aquela omissão da Missa nos domingos. Mas na hora da morte descobrir-te-á a gravidade destes e de outros teus pecados, pondo-os diante de ti. E que haverás de fazer tu então, no momento de te encaminhares para a tua eternidade? Ai de quem se achar em desgraça de Deus naquele instante! 3. Considera que do instante da morte depende a tua eterna salvação ou eterna perdição. Nas proximidades da morte, ao avizinhar-se aquela última vez que a boca se fecha, à luz daquela vela, quantas coisas se hão de ver! Duas vezes temos diante de nós uma vela acesa: quando somos batizados e em ponto de morte; a primeira vez, para conhecermos os preceitos da lei divina que devemos guardar; a segunda, para que vejamos se os temos cumprido. Por isso, meu filho, à luz dessa vela hás de ver se amaste o teu Deus ou se o desprezaste; se honraste o seu santo nome ou se o blasfemaste; hás de ver os dias santos profanados, as Missas deixadas, as desobediências aos superiores, os maus exemplos dados aos companheiros; verás aquela soberba, aquele orgulho que te lisonjeava; verás... mas, oh! meu Deus! tudo verás naquele momento, no qual se abrirá diante de ti o caminho da eternidade; Moméntum a quo pendet aetérnitas. Oh! grande, oh! terrível momento, do qual depende uma eternidade de glória ou de tormentos! Compreendes bem o que te digo? Quero dizer que daquele momento depende ir para o Céu ou para o inferno; ser para sempre feliz ou para sempre infeliz; para sempre filho de Deus ou para sempre escravo do demônio; para sempre gozar com os Anjos e com os Santos do Céu ou gemer e arder para sempre com os condenados no inferno!
Teme grandemente pela tua alma e pensa que do viver bem depende uma boa morte e uma eternidade de glória. Por isso, não defiras por mais tempo e prepara-te desde já para fazer uma boa Confissão e dispor bem as coisas da tua consciência, prometendo a Nosso Senhor perdoar aos teus inimigos, reparar os escândalos dados, santificar os dias de guarda, cumprir os deveres do teu estado.
E agora, põe-te na presença do teu Deus e dize-lhe de coração: "Meu Deus, desde este momento eu me converto a Vós; amo-vos, quero amar-vos e servir-vos até à morte. Virgem Santíssima, minha Mãe, ajudai-me naquele terrível momento. Jesus, José e Maria, expire em paz entre vós a minha alma".
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